O silêncio foi crescendo à medida que se bebia o café. Ela parecia perdida, à beira de explodir. Eu esperava, barricado. Vai dai ela disse: “estou apavorada. No fim de semana passado fui a um casamento. Não havia amiga que não tivesse um amigo. E a maior parte mais do que amigo. Até na cama faziam amizade já. Entreti-me com esse desalento e fui-me embora. Vê só o tempo que perdi. Comprar a toilette, escolher a malinha, pinturas… achas que vou ficar para tia?” Disparei sem querer. Que mal tem o que quer que seja, nem que seja “ficar para tia”? Tens outras vantagens de quem “ficou para mãe”. Mal será que vivas enferma todos os dias por causa do que quer que seja, seja “ficar para tia” ou “ficar para mãe”. Mal é quando estamos deseducados e encurvados, fedentos e mal encarados, todos os dias, um atrás do outro, um logo a seguir ao outro, meses após mês, à espera que o “princípe do cavalo branco” chegue ou que a fortuna faça blink, ou que a alegria e a felicidade escorram porta abaixo. Mal é esperar que alguma coisa aconteça. A vida passa e tu esperaste. O mal é ficar “ficar para esperar”.
Ficar parado no meio do caminho não leva a lugar algum…
vemos passar os outros, se os observarmos ainda fazemos alguma coisa
Disse – o bem : ” se obsevarmos…”