As palavras queimam e fogem. Desaparecem. Nenhuma parece caber no puzzle. O escritor bem quereria fugir a sete pés. Não pode e não se lembra de uma, que se encaixe, mesmo que retorcida esbaforida louca. Neste vai-vem cai-lhe uma vinda de não sei de onde, num momento qualquer, sem lógica nenhuma. Uff… Como raio vieste tu aqui parar!? Ainda bem. Ainda bem. Lá se pode terminar o parágrafo, a frase, essa simpática que se deitou meliflua como seda. Ah, se isso não acontece, morremos. […]
escrever — Franz E.
conhecimento
E sabes o que mais me preocupa pá…
Esperou que ele o olha-se, fizesse esse gesto de que estava ligado ao que iria dizer, para que tivesse a certeza de que o ouvir-ia.
Sabes… é essa ausência de interesse no saber, no conhecimento, no perceber, no entender, no ouvir quem sabe e estudou. É isso que mais me assusta. Para não falar na quase ausência de interesse por outro saber, tão saber como os outros, a cultura e a arte.
E quando vimos e ouvimos os governos não lhes entendemos o interesse no que de facto interessa, nesse conhecimento e no saber.

Lixo
saudades
Lisboa
a nossa que de facto não é nossa, está aqui mas não é a Lisboa que conhecemos, onde vivem pessoas, como numa cidade normal, onde vivem pessoas: não passam apenas pessoas, vivem, ficam, passeiam, trabalham, usufruem. Não apenas que estejam de passagem. E amanhã já ninguém virá. Um dia. Um dia essa coisa do turismo termina e a vida regressará. Um dia. Não é só de turismo mas também disso que se vive.

momento
“há aquele momento em que escrevemos aos outros. Quando os vemos quase a nu, é como se nos víssemos a nu, ou entrevemos nas suas expressões, corporais ou não, por contraposição ao que nós próprios sentimos e escondemos, ou não somos capazes de dizer, por vergonha ou mesmo medo, entrevemos, dizia, o que escondemos, por vezes, de nós mesmo, ou melhor, até temos vergonha de o dizer, ou pensar, imaginar até.” – dizia-lhe, acabando com um gole de cerveja, observando a reação dele. – “porque não escreve sobre isso?” – perguntou – “Não tenho tempo!” – silêncio – “Talvez seja esse um dos objetivos da escrita: escrever o que, por vergonha, preconceito, se não pode dizer.” – Silêncio – “Bom…se não tens agora, não é depois que vais ter; lá em baixo faz muito escuro.” – rematou.
Thank you!

Pena que os lideres contemporâneos e, os que lhe seguiram, não perceberam o caminho que este homem grande lhes mostrou: uma europa até ao monte dos Urais e um equilíbrio mundial mais harmonioso.