As palavras queimam e fogem. E o escritor também. Foge a sete pés. Não se lembra de uma, que se encaixe, mesmo que retorcida esbaforida louca. Ou então cai-lhe uma vinda de não sei de onde, num momento qualquer sem lógica nenhuma. Como raio vieste tu aqui parar!? Lá se pode terminar o parágrafo, a frase, essa simpática que se deitou meliflua como seda. Ah, se isso acontece, morremos. […]
escrever — Franz E.
Mar
pena que estejamos a destruir isto que nos cobre os pés
Mar
nem o frio te impede de ver
artista
há uma artista à espera que te vistas para viver
à espera
tudo passa, mas sabe termos vivido isso
mar
saudades
apetece ficar à volta de uma leitura
é bom
outras vidas
Quem segue, quem se cruza, outras vidas, outros caminhos, não o esqueças, há os outros.
sem comentários
ah, essa perda deixa um buraco mais fundo que não cobrirás nunca, com nada
noite
na noite, na tua, como na de todos, é ténue o farol que te pode guiar, muito pequeno até. A probabilidade de te perderes é enorme. Da próxima vez que abrires os olhos e pousares os pés no frio do chão lembra-te da tua sorte e não desprezes quem se perde.