num minuto


num minuto apeteceu-me dar-te um beijo. No mesmo minuto dizer-te minha. No minuto seguinte perder-me nos teus olhos, adormecer no teu regaço. E no último minuto já estava desinteressado. Há trinta anos atrás deixar-me-ia ser regado por ti. Não dormiria por muito tempo. Ansiaria por um olhar teu, por um sim, por um pequeno momento a sós, monitorizava todos os teus movimentos, se as tuas mãos me tocavam, se o teu olhar se repetia, se me esperavas, se me querias num jantar ao teu lado, ou até no cinema, ou se terias feito de maneira a estarmos sós. Serias a minha obsessão. A tua vida seria um degredo depois de me conheceres. Hoje, vejo-te ir sem querer ficar, nem que seja num singelo lugar da tua memória. Só para teu bem.

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