aristides

Pois bem, em Vilar Formosa estiveram famílias cujos ascendentes por ali passaram noutros tempos. Decidiram plantar uma árvore, um robusto carvalho. Muito bem. Símbolo de longevidade e força, tal como o exemplo do que este homem fez. Muito bem repito. Mas o dito carvalho está seco. Passei por lá e vi. Procurei, para o fundo da estação, junto a um lugar esquecido, um não-lugar.

A triste sina deste homem, molestado pelo facisto, molestado pela democracia, ou alguém andou a enganar alguém com a visita dos familiares? Ou alguém anda a vender a alguém qualqure sonho? Pena que se use essa história de coragem, que uns sonham que sabem o que é e outros, poucos, sabem o que significa. Será?

 

horizontal

estava a pensar que não nos safamos ao confronto. Que não é possível não guerrear. Que não é possível dizer não com todos os contornos. Não é possível.

E a guerra há. Há.

Melhor será que não. Que não haja. Que não há guerra. Mas há. Todos os dias.

E conto pensar todos os dias que prefiro confrontar-me com o outro cedendo e argumentando, perdendo e ganhando, até estar num sítio que não é o que queria nem o que o outro desejava, mas o que os dois conseguiram.

E isso é o que eu queria de um governo. Que fosse capaz disso. Mas não é e pronto. Quem está lá, segue agendas que disparam de todos os lados, e por vezes do lado do conjunto dos cidadãos, a maior parte das vezes do lado de quem quer mais, de uma ganância sem fundo.

E fica-se aqui sem querer esperar. Escrevendo ou não, sai-se do sofá para dizer que o melhor para todos é essa governação horizontal com uma hierarquia mais suave do que a que vemos agora. Suaviza-se a corrupção. Tornam-se as decisões mais nossas, menos de um só, da responsabilidade de um só.

eu deste lado e tu desse

não sei se a manifestação nos vai servir. acho que não vai. no dia seguinte parece mais um negócio. por hábito, és tu que perdes. pagaste a viagem, o almoço e deste o teu tempo. quem faz o sindicato tem agenda diferente da tua. fez sucesso. marcou pontos dentro do sindicato. quem alugou o autocarro também lhe agradou. os que foram, abanaram bandeiras e bramiram o que lhes vai por dentro. sofrem de facto. o sofrimento e o desespero. podes aproximar o ouvido. quem foi não está desesperado. os desesperados estão escondidos. não têm direitos. são escravos. nem são representados por ninguém. não contam. tenho a certeza que não. eles sabem disso. bem sei que podes dizer, e senão houvessem sindicatos, que força teríamos? nenhuma. não te iludas. não sou contra sindicatos. sou antes, a favor de organizações que defendam o povo. do outro lado. tenho-me a mim e tu a ti. eu lutarei por mim. tu por ti. a próxima vez que me manifestar será para defender a liberdade.

politica

Nenhum homem é perfeito. Os que ganham eleições são os que melhor escondem os armários onde contam os esqueletos. Será mesmo assim? Não haverá quem se mexa sobre a sinceridade? Sobre a autenticidade?

UTOPIA

Isso! Afinal o que é importante? Haverá tempo, para cada um, parar e pensar no assunto.

Estamos tão longe do que a “terra nos dá”, no meio do ordenado e das acções, créditos e compras de valores “contaminados”, que me pergunto, afinal, vivemos uma irrealidade? E é isso que nos traz crise!

E outras vezes viro-me para outra geometria: onde está o humano, a generosidade, a ajuda, a cooperação?

Que se saiba que o planeta não são os telejornais! Que se saiba, que ao partirmos, ao viajar, encontramos mais de generosidade e humano, do que de ganância e competição. Isso é verdade.

E o que vamos fazer com as utopias, as do zeca e do ghandi? Lavamo-las em eufemismo ou pactuamos com o que os países fazem uns aos outros: roubar e competir. Ou isso não é nada assim, e o melhor é mesmo roubar e competir! Ou será que a resposta é este equilibrio precário, que, de vez em vez, nos sacode com uma “crise” violenta.

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Democracia

A Democracia não foi ganha um dia e depois estará para todo o sempre. É preciso alimentá-la. E se a vamos alimentando quando votamos, se a vamos alimentando quando nos associamos (em partidos, em associações, em movimentos…), preocupa-me outra parte: quem vigia aqueles em quem votamos?

Somo nós, quando votamos! Certo. Mas é preciso um pouco mais do que isso, informação. Temos os jornais. Mas a internet está devorá-los. A credibilidade da informação começa a deteriorar-se, dizem os especialistas no assunto. Precisamos então de informação credível. E lá voltamos para o cidadão: é preciso que verifiquemos a credibilidade da informação: quem é que escreve, quais os seus créditos no assunto e que interesses o move?

Quando chegamos à corrupção a coisa torna-se mais séria, porque os especialistas afirmam que existe uma correlação entre a quantidade de jornais publicados e a corrupção: quanto mais jornais publicados, menor a corrupção! O facto é que, actualmente, o número de jornais diminui e a corrupção aumenta, à medida que a internet se impõe! Em Portugal a Justiça é tão lenta, que até impressiona quem lá trabalha.

Um novo paradigma está a abater-se sobre a sociedade. A bem da Democracia, é necessário fiscalizar quem nos governa através do voto, dos jornais e da justiça. Irei votar num partido que eleja estas preocupações.

Fonte: “A democracia Sobreviverá sem os Jornais? Paul Starr, Revista Courrier Internacional (em português), número 164, Out 09, p. 70.