já podes guardar contigo

tem pernas. não sei se anda. sei que já podes encomendar. basta enviar um email para o sitio certo. franzeescritor (arroba) yahoo.com

Marketing_O Fraco out 2015_V1

certinho

vieste hoje dizer-me que não. que não é possível. que não faz sentido. melhor é ficares ai sentadinho à luz do ordenado certinho. ora os inhos são simpáticos mas não te fazem, não fazes, não me fazem.

não é que os inhos dos outros me causem repulsa. nem sou contra eles. cada um tem os seus. mas eu não gosto dos meus. e por isso vim dar o que já está feito. um livro. meu. só meu. cozinhado, escrito e empratado por mim. sem tirar nem pôr. do princípio ao fim.

o único desejo agora é o mesmo que desejamos aos filhos. se ganharam pernas, que andem por si, só por si. se for ao contrário, pois tristes ficamos mas o mundo não se importa com isso. só eu. só eu me importo.

blog: https://ofraco.wordpress.com/

O Fraco, versão do meio
O Fraco, versão do meio

partir

Portanto, posso apenas partir, sem nunca saber onde vou chegar. Crescer pelo caminho. Quem sabe o resultado? Entre o passado e futuro desta estrada, caminhada por outros, caminha-se… e depois de mim por outros ainda, viagens sem paisagens, com dor e ternura, tolerância e indignação: a vida caminha-se, decide-se, e preenchemo-nos com coragem para enfrentar o que vem, estarás preparado para quando fugirem as respostas as abraçarmos com mais coragem ainda? Cultivar o meu espírito amorfo, ser a ponte para os filhos desta geração, construir um lugar simples onde se respire tolerância e segurança. Tantas vezes lamentei o meu passado, mas agora pisava objectivos concretos: estudar e trabalhar, amar e compreender. Alargavam os meus horizontes, davam-me sentidos de vida, e que ao realizá-las, estaria a confiar em mim mesmo, estaria a começar e a terminar uma tarefa. Uma lição do Manuel, recordas-te … e decidir com o rumo do sonho. Só palavras ou o começo de alguma coisa?

O Fraco

homem-mulher-grande

A noite caía, a cidade estava muito distante, não havia como voltar neste exato instante, o sono atrapalhava-se com a emoção, os restos de um rapaz que quer ser homem. Os campos por ali estavam, as casas, as árvores, até os animais pareciam os mesmos, parados na paisagem. Nada muda? É esse o maior desejo? Que o mundo não mudasse nos bons tempos. Que fosse possível reter o que nos faz felizes. Deter o tempo. O que nos dá segurança. Ser homem-mulher-grande é exactamente aceitar o inverso. Aceitar a incerteza. O caos. A diferença. A mudança. A velocidade.

gato escaldado

Não desejava mais, o meu corpo também não. O calor que já sentia era suficiente. Nem mais nem menos, suficiente, e mesmo no limite das minhas forças, dormir ao relento, viver na rua, ser empurrado pela chuva, agora recolhido, só isso mais nada. Talvez que todos o queiram ser, um dia pelo menos, ser recolhidos, do naufrágio, desta tempestade continua de tarefas atrás de outras, com lampejos de alegria, e mesmos esses, alguns, ilusões. Não queria inventar conjunturas e muito menos intrigas desnecessárias, inconvenientes até…, perspectivas obscuras sobre as intenções de almas assim, gente que não vive de outra coisa. O sentimento de gratidão era vivo e por isso hesitava, entre abraçar de corpo inteiro aquela gente ou escorregar pela mísera desconfiança. Já me tinham açoitado. Gato escladado de água fria tem medo.

O Fraco, Franz E.

a ti

…o que se pede afinal, o que exige coragem, o que afinal é injusto para quem nasceu sem lhe pedir…

o que se pede

a ti

aos outros

à tua volta ou longe

é que faças tudo para não seres um miserável infeliz,

é que faças tudo para não tornares os outros um miserável infeliz.

O Fraco, Franz E.

imbecil

Agora corria. À pouco respirava com palavras, agora arqueado, esquivo, à pouco tropeçavam no meu caminho incerto. Sentei-me numa pequena viela depois de ter dali recebido um pouco de silêncio como um bafo fresco. Esperei que o meu corpo parasse, arquejante como explosão, qual lucidez (sabia lá eu o que isso era) Continue reading “imbecil”

Criticável

7ª Parte: O casamento.

Qualquer vida é criticável, até a tua… que me lês agora, a do outro que te ouve, a nossa que te vemos.

Franz E.

Um dia pensei que o sorriso de Maria significava algo mais para mim. De um salto cheguei a outro lugar mais inesperado do que eu. Um espasmo súbito, sem origem e só mais tarde com significado, resultou em esconder-me, num extremo de mim, fugidio,  receoso, aquele onde ficamos quando não percebemos o que se passa. Uma alegria que não conseguia conter nem esconder, desde os olhos dela até ficar detido naquele sorriso.(…)

para ti

1ª Parte: Franz E.

Quem não sofre, vende o vento; a quem respira o segredo e a dedicação, entrego aqui o meu apreço e a minha história.

Franz E. nasceu em meados do Inverno de 1967, no frio do Norte, Berna, Suiça. Um ano após o seu nascimento, os pais, jovens, Karl E. e Maria Mayte, socialmente desconfiados, perante as notícias vindas da Alemanha e que falavam das crescentes manifestações, sobretudo juvenis, que apelavam para a quebra d’O Silencio sobre o holocausto e a Culpa Alemã, manifestações que pareciam esconder uma onda regional-imersa de neonazismo; e absorvidos na perspectiva aterradora, associada ao desenvolvimento industrial, escarrapachados no jornal: “num raio de cem quilómetros existe sempre uma central nuclear”; reúnem as suas economias e decidem partir; rumam a Itália, para junto do pai de Maria, funcionário da embaixada francesa, procurando algum conforto familiar. Após algum tempo, reconhecem num encontro com amigos espanhóis o significado da origem hebraica de Maria; tomando isso como uma insinuação para o futuro da família, tomam o regresso às terras do Sul como um destino saudável.
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