Sonhei com uma máquina. Aquela, a máquina.
Sim, nessa que estás a pensar, a que nos representa, aquela que nos explica, sim, isso, que explicasse tudo, a nós, humanos, claro.
O outro. A outra. Enfim, todos. Aqueles e aquelas que nos passam ao lado, na rua ou num banco, num olhar ou num ecrã. E comecei a construí-la. Estava num palco e tinha uma audiência para ajudar. A ideia era mesmo a de começar pelos antagónicos, depois criar linhas entre eles e por fim dar-lhe elasticidade. Explico. Começar por conceitos antagónicos, coisas que são escritas, não as vês, apenas as sentes e ouves falar sobre eles, coisas pelas quais lutamos, lutamos e lutaremos, como liberdade, igualdade, justiça. Ligar esses conceitos e depois cada um coloca-se num ponto em cada eixo e no fim fica uma escultura de pontos, característica de cada um.