conspiracionismo

Frédéric Neyrat

Já aconteceu! Lamento. Mas ficam estas palavras. Terá ficado gravado?

RECUPERANDO HERMES: CONSPIRAÇÃO NA ERA DIGITAL

Moderação: António Guerreiro

Frédéric Neyrat é um filósofo francês que tem trabalho de investigação na área das humanidades ambientais e planetárias. Nesta conferência, interpreta a atual proliferação de teorias da conspiração como a expressão incompreendida de um desejo não realizado de comunicação. Afetando tudo, essa insatisfação pode ser explicada da seguinte forma: a comunicação máquina-a-máquina antecipa, formata e empobrece as possibilidades do diálogo humano. É hora de recuperar a capacidade de comunicação, ou seja, a capacidade de imaginar não apenas o mundo que queremos, mas, mais ainda, os meios de recusar o mundo que não queremos. Hermes, o deus da comunicação, deve voltar a ser nosso aliado – e não o obscuro emissário das redes sociais.

https://www.culturgest.pt/pt/programacao/recuperando-hermes-frederic-neyrat/

desta vez fala-se de escravatura

Um programa de João Almeida Aos Sábados às 10h00, com repetição às 5.as feiras às 17h00

A essência do ofício, do percurso das artes. A arquitetura, a diplomacia, o cinema, o teatro, a ciência, a música… As ideias e o pensamento.

https://www.rtp.pt/programa/radio/p1152

conhecimento

conhecimento

E sabes o que mais me preocupa pá…

Esperou que ele o olha-se, fizesse esse gesto, que confirma isso, estava ligado, ao que iria dizer, para que tivesse a certeza de que o ouvir-ia.

Sabes… é essa ausência de atribuir importância no conhecimento, no perceber, no entender, e mais do que isso, no ouvir quem sabe e estudou. Ao que vejo, cada uma justifica, argumenta o seu próprio saber, baseado em argumentos que se ajustam qo que querem ouvir, ao que agrada, ao que faz sentido, na sua própria bolha (ou mundo próprio, visão do mundo própria).

É isso que mais me assusta: vivemos na nossa própria prisão fechada com o cadeado que escolhemos atirando a chave para bem longe do alcance. Talvez alguém de fora seja capaz de segurar essa chave. Quando te der essa chave, talvez destranques o cadeado e abras essa grade. Para não falar na quase ausência de interesse por outro saber, tão saber como os outros, da cultura à arte. E isso ligasse, diretamente à ausência de tempo para ler palavras em papel, livros com história que alguém escreveu toda a vida. Faz-se tudo à pressa: “depressa e bem não há quem”, provérbio português (não tenho a certeza de que seja português: na minha família circulava com fervor).

E quando vimos e ouvimos os governos, por consequência as pessoas, não lhes entendemos o interesse no que de facto interessa, nesse conhecimento e no saber, no argumento e no contraditório. É como rasgar a rua em que vivemos, ao meio, deixando de confiar nos vizinhos. E isto está feito à muito.

https://gulbenkian.pt/noticias/eduardo-lourenco-2/: conhecimento

Lixo

somos mesmo bons nisso, do lixo, nessa coisa do lixo, somos experts, realmente especialistas

saudades

Saudades destas máquinas que nos traziam histórias de outros tempos, de outros lugares. Era bom que outros projetos fizessem parecido: trazer esperança.

Lisboa

a nossa que de facto não é nossa, está aqui mas não é a Lisboa que conhecemos, onde vivem pessoas, como numa cidade normal, onde vivem pessoas: não passam apenas pessoas, vivem, ficam, passeiam, trabalham, usufruem. Não apenas que estejam de passagem. E amanhã já ninguém virá. Um dia. Um dia essa coisa do turismo termina e a vida regressará. Um dia. Não é só de turismo mas também disso que se vive.

Steve McCurry, Cordoaria Nacional

Steve McCurry

momento

“há aquele momento em que escrevemos aos outros. Quando os vemos quase a nu, é como se nos víssemos a nu, ou entrevemos nas suas expressões, corporais ou não, por contraposição ao que nós próprios sentimos e escondemos, ou não somos capazes de dizer, por vergonha ou mesmo medo, entrevemos, dizia, o que escondemos, por vezes, de nós mesmo, ou melhor, até temos vergonha de o dizer, ou pensar, imaginar até.” – dizia-lhe, acabando com um gole de cerveja, observando a reação dele. – “porque não escreve sobre isso?” – perguntou – “Não tenho tempo!” – silêncio – “Talvez seja esse um dos objetivos da escrita: escrever o que, por vergonha, preconceito, se não pode dizer.” – Silêncio – “Bom…se não tens agora, não é depois que vais ter; lá em baixo faz muito escuro.” – rematou.