Os outros

O que se falava em sussuro, começa a falar-se no telejornal. O que dizem: “o outro não interessa! “Eu” é que sou a referência, o iluminado.” Pois bem, esses iluminados, necessitam que nos levantemos do sofá e clamemos por democracia, pela diversidade, pela generosidade e tolerância, pelo bom senso, pelo saber e pela luta contra a ignorância: Camus falava disso. Bem sabemos aonde é que esses iluminados nos levam; bem sabemos aonde nos leva a ignorância; bem sabemos aonde nos leva a intolerância: guerra, miséria, confrontos. Se a vida já é dificil, mais dificil fica. O sistema democrático tem ainda essa falha terrível: a transparência, ou melhor, a falta dela. Ao contrário, estes “lobos vestidos de cordeiros” têm muitas palavras-chave para vender o seu produto, para capitalizar votos, o que significa que, nos próximos 40 anos, andaremos a lutar pela LIBERDADE, como outros fizeram por nós! O que estes “iluminados” pretendem é o poder, só por si, não pelos outros.

isto importa

righteous

https://www.yadvashem.org/27th/index.asp

liberdade

300px-Federica_MontsenyPensem os inimigos da liberdade o que pensarem uma sociedade trás em si o embrião de uma nova ordem que lhe sucede.

Federica Montesory, https://pt.wikipedia.org/wiki/Federica_Montseny

 

E  história repete-se, descrito num excelente documentário que passou, obviamente, na RTP 2.

Ao que parece, já ninguém, ou poucos procuram, como Federica o fez, em ser cultos e adultos. Preferimos, em geral, permanecer numa adolescência crónica que invadiu tudo. Parece que temos medo desse mundo do lado de lá. Os outros ficam calados e nada fazem, nem escrevendo uma linha quanto mais alertarem para o que ai vem. Falo dos salazarismo, franquismos, hitlerismo, stalinismos, etc.

Adiante. Muitos como Federica, sofreram, outros sofreram ainda mais e muitos pagaram com a vida. Ao que parece esses tempos estão a voltar. E haverá outras Federicas, e outros e outras ainda que vão ficar esquecidos/esquecidas na história, sem direito a um documentário, mas que se orglharam de lutar pela liberdade. Vamos ver como vais tu reagir?

it’s killing us and Trump = dictator

horizontal

estava a pensar que não nos safamos ao confronto. Que não é possível não guerrear. Que não é possível dizer não com todos os contornos. Não é possível.

E a guerra há. Há.

Melhor será que não. Que não haja. Que não há guerra. Mas há. Todos os dias.

E conto pensar todos os dias que prefiro confrontar-me com o outro cedendo e argumentando, perdendo e ganhando, até estar num sítio que não é o que queria nem o que o outro desejava, mas o que os dois conseguiram.

E isso é o que eu queria de um governo. Que fosse capaz disso. Mas não é e pronto. Quem está lá, segue agendas que disparam de todos os lados, e por vezes do lado do conjunto dos cidadãos, a maior parte das vezes do lado de quem quer mais, de uma ganância sem fundo.

E fica-se aqui sem querer esperar. Escrevendo ou não, sai-se do sofá para dizer que o melhor para todos é essa governação horizontal com uma hierarquia mais suave do que a que vemos agora. Suaviza-se a corrupção. Tornam-se as decisões mais nossas, menos de um só, da responsabilidade de um só.

crise?

Estamos em crise, sempre! Não vale a pena esconder. Antes e depois da idade média, durante o período moderno, sempre! O que difere é a proximidade da crise, essa sensação mais ou menos forte, consoante a ligação que temos às notícias, ao que os outros dizem e pensam, à maré de opiniões que vai falando. Na maior parte dos casos, é sempre menos do que sentimos. Há as excepções, quando a crise sai das conversas e chega ao bolso e logo a seguir à mesa. Haja farinha e água, legumes e arroz que alguma coisa se arranja. E se não houver. São aqueles, os responsáveis, os que nos trouxeram aqui. E se alguém fizer alguma coisa por isso. Encontraste o herói seja digno ou não, amante ou não da liberdade e da tolerância. São esses que passam, os que ficam são os outros, os da tolerância e da liberdade. è quando mais se cria, é quando mais se vive, se sorri.

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