Começa simples e complica-se até que temos pena que termine. A parte política poderia desenvolver-se muito mais, mas isso daria um filme de 3 horas…
Categoria: Filmes
GOOD
Quem quer ser bilionário?
Este filme é daqueles encontros, necessariamente poucos, que não nos deixam indiferentes. É impossível!
Por diversas razões. Porque nos mostra como se sobrevive em Bombaim, desde as crianças até aos adultos (que as usam para sobreviver): os adultos cegam-nas para poderem render mais nas esmolas.
A ideia de perfeição ou imperfeição, a teoria de que somos essencialmente bons, ou essencialmente maus, o próprio significado de pensar sobre o assunto, de teorizar sequer, cai por terra, como se perdessemos a inocência.
Se aqui [em Portugal] discutimos se colocamos o aeroporto a norte ou a sul do Tejo, lá discute-se cada cêntimo, cada cm quadrado. E não é com o objectivo de saber mais, de ter melhor emprego, um outro automeovel ou uma férias diferentes, é apenas para sobreviver um dia mais.
Porque nos mostra o equilibrio precário em que vivemos, sob todos os aspectos: as relações de amizade que sobrevivem, mas que vão sendo quebradas e reactivadas num complexidade absorvente. As relações de poder precário, hoje rei amanhã morto. A precariedade do lugar-tempo, nada é eterno, tudo se modifica segundo a segundo, numa escalada de medos amordaçado noutros medos, até tudo se transformar em ausência de inocência, ninguém confia em ninguém.
Benjamin Button
Um filme põe-nos a milhas do dia-a-dia… é talvez isso que compramos. Repousa-nos em poucas simples palavras, palavras que crescem por dentro, imagens de silêncio, conforto, segurança… tudo nos parece sincero, o planeta por inteiro tem significado, até a tristeza e o sofrimento.É um filme conto de fadas com mensagens que nos aliviam um pouco o fardo, tornar a vida mais simples, um engano, ainda assim simplifica o que nós tornamos complicado, outra vezes, é de facto complicado. Como quando nos surge uma impossibilidade, um cheque-mate da vida, daquelas coisas, que é mau ter cão ou por não ter, o que na verdade, é simplesmente a necessidade de decidir e aceitar a perda.