liberdade

300px-Federica_MontsenyPensem os inimigos da liberdade o que pensarem uma sociedade trás em si o embrião de uma nova ordem que lhe sucede.

Federica Montesory, https://pt.wikipedia.org/wiki/Federica_Montseny

 

E  história repete-se, descrito num excelente documentário que passou, obviamente, na RTP 2.

Ao que parece, já ninguém, ou poucos procuram, como Federica o fez, em ser cultos e adultos. Preferimos, em geral, permanecer numa adolescência crónica que invadiu tudo. Parece que temos medo desse mundo do lado de lá. Os outros ficam calados e nada fazem, nem escrevendo uma linha quanto mais alertarem para o que ai vem. Falo dos salazarismo, franquismos, hitlerismo, stalinismos, etc.

Adiante. Muitos como Federica, sofreram, outros sofreram ainda mais e muitos pagaram com a vida. Ao que parece esses tempos estão a voltar. E haverá outras Federicas, e outros e outras ainda que vão ficar esquecidos/esquecidas na história, sem direito a um documentário, mas que se orglharam de lutar pela liberdade. Vamos ver como vais tu reagir?

vais-te despir em público?

é mesmo isso. escrever é como despir-se em público. ou melhor. quando se publica é mais assim. despir-se em público. nem todos o conseguem. assumir-se. aceitar-se. tal qual. a maior parte das vez escusamo-nos por detrás do “se calhar não é bom”, para quê publicar. mas é mais, não tenho coragem de dizer o que sou e o que penso e de o defender. claro.

e um dia o governo resolveu manifestar-se. Desceu as ruas, cartazes em punho, gritando aos sete ventos que o povo não fazia nada, era uns queixinhas copos de leite, queriam subsídios e mais subsídios, casas, carros, escolas, jardins, tribunais e hospitais, tudo ao pé de casa, uns queriam isto os outros aquilo, sem pensarem que não havia para todos, tudo puxa a brasa à sua sardinha, quem fica queimado é o governo e as próximas gerações, que falta de solidariedade mostrava este povo, que egoistas eram, bandalhos e preguiçosos, se não gostassem, que emigrassem. Que povo era este para terem esta constituição, que raio de leis eram aquelas que impediam de vender o país. Vão-se os anéis fiquem os dedos, para que se queixavam todos os dias? Pararam em frente ao centro comercial do Chiado, percorreram as ruas do comércio, veio a polícia e tiveram de barrar o governo, queria mesmo entrar, alguns até já o tinham conseguido, foram obrigados a abandonar o centro comercial, e todos presos, não tinham autorização para se manifestarem.

cinema português

Não quereria que o cinema português fosse igual a outro cinema. Mas também não gosto de um estilo de cinema português dominante que assenta na ideia de contemplação, da arte pela arte, sem que se perceba de onde vem esta autocomtemplação tão intimisma, com linguagem tão própria, impossível de interpretar, impossível de dar significado e absolutamente impossível de ter paciência para lhe dar atenção. Ou pelo menos que se dê espaço ao outro género de cinema, que sabe usar a linguagem cinematográfica, o ritmo, a alegria, o tempo de espera, a reposição da memória, sei lá pá, não sou cineasta, mas discordo. Esta ideia para cinema, só esta, a de um cinema que olha para o seu umbigo e está fascinado com ele e só com ele, do princípio ao fim, e como não é o meu umbigo, desligo, saio da sala ou arrepia falar de cinema português. E isso não é bom.

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loucura

Qual é a tua? Em que loucura vives?

Quem és nessa loucura? Rei, senhor, guerreiro ou artista?

Qual é a justiça que vive nessa loucura? Só a tua, só a dos outros, ou a nossa?

A que distância fica essa loucura das outras? Aqui mesmo ao lado ou tão longe que nem sequer deveriam existir.

E o que farias às loucuras dos outros? Extreminá-las, ignorá-las ou visitá-las.

E nessa loucura, consegues esconder o agressor ou apetece exterminar?

Vai este planeta doente como vai quando não se ensina a cuidar da agressividade e não se aceita a loucura dos outros. De facto somos loucos, todos, sem excepção. Eu incluso.