Categoria: Cinema
O Visitante
crash
para ver outra vez
crescer sempre

Existe um momento para pensar no que andamos por aqui a fazer. E sempre que revisito esta história, interessa-me o pormenor do grande. Mais ainda do grandioso. E ainda mais do crescimento. É preciso crescer. Crescer sempre. Aumentar, aumentar sempre. E quando assim é, vamos atropelar alguém com toda a certeza. Mas verdade se diga, há um momento para pagar a conta: chega sempre, tarde ou mais cedo, não importa. Invariavelmente temos concluído o mesmo, agora como há dois séculos atrás: bem poderíamos estar sentados, a trabalhar a um ritmo bem menor, com ambições bem medidas, sem o parecer ser, mas querendo ser, há procura de não cortar a fatia maior, que ao mesmo lugar tínhamos chegado: “Tenho 45 anos e estou falido.”
There his a moment where we stop to think about about what are we doing here. Whenever I revisited this story, what interested me the most, its the detail of the big. Even more the biggest. And even more the growth. Growth is needed. We must growth always. Increase, increase always. And when this is the maine goal, you will run over someone, for sure. Well, the truth is, there his a moment to pay all this bill: it will arrives, latter or sooner, it doesn’t matter. Invariably, over the centuries, we came to same conclusion, over and over again: we could well be sitting, working at a lower rhythm, with lower ambitions, in order to be and not to show off only, being careful to not cut the biggest slice, that we will arrive to the same place: “I am 45 years old and I’m broke.”
sobreviver/survive
realidade/reality
Como é que tu sabes que o que vives não é uma ficção, que não é a tua realidade, que não é a tua verdade?
Porque tu fazes perguntas, inquietas-te, dúvidas, argumentas: é isto que te torna consciente, ou seja, que aquilo que vives é a tua realidade, a tua verdade, aquilo que pretendes, aquilo que te garante a sobrevivência.
As respostas que deres, se não te incomodam, dizem-te que tudo está bem. Que respostas deu (e dá) alguém que pertence ao partido nazi?
How do you know that what you live is not a fiction, that is not your reality, that is not your truth?
Because you do questions, you stay restless, doubt, argue: that is what makes you aware, that is what say to you that this live is your reality, your truth, what you want, that guarantees your survival.
The answers that you give, if they don’t bother you, tell you that all is well. What answers gave (and give) someone who belonged to the Nazi party?
Cinema Paraíso
Não há como fugir. Um filme cheio de vida. O tempo que não se pode recuperar. A vida que desaparece. O movimento que perde o ritmo até que pára, se tu quiseres, se tu deixares, esse passado alcança-te, engole-te.
Cinema Paraíso, 1988, Giuseppe Tornatore
Quem quer ser bilionário?
Este filme é daqueles encontros, necessariamente poucos, que não nos deixam indiferentes. É impossível!
Por diversas razões. Porque nos mostra como se sobrevive em Bombaim, desde as crianças até aos adultos (que as usam para sobreviver): os adultos cegam-nas para poderem render mais nas esmolas.
A ideia de perfeição ou imperfeição, a teoria de que somos essencialmente bons, ou essencialmente maus, o próprio significado de pensar sobre o assunto, de teorizar sequer, cai por terra, como se perdessemos a inocência.
Se aqui [em Portugal] discutimos se colocamos o aeroporto a norte ou a sul do Tejo, lá discute-se cada cêntimo, cada cm quadrado. E não é com o objectivo de saber mais, de ter melhor emprego, um outro automeovel ou uma férias diferentes, é apenas para sobreviver um dia mais.
Porque nos mostra o equilibrio precário em que vivemos, sob todos os aspectos: as relações de amizade que sobrevivem, mas que vão sendo quebradas e reactivadas num complexidade absorvente. As relações de poder precário, hoje rei amanhã morto. A precariedade do lugar-tempo, nada é eterno, tudo se modifica segundo a segundo, numa escalada de medos amordaçado noutros medos, até tudo se transformar em ausência de inocência, ninguém confia em ninguém.
Benjamin Button

Um filme põe-nos a milhas do dia-a-dia… é talvez isso que compramos. Repousa-nos em poucas simples palavras, palavras que crescem por dentro, imagens de silêncio, conforto, segurança… tudo nos parece sincero, o planeta por inteiro tem significado, até a tristeza e o sofrimento.É um filme conto de fadas com mensagens que nos aliviam um pouco o fardo, tornar a vida mais simples, um engano, ainda assim simplifica o que nós tornamos complicado, outra vezes, é de facto complicado. Como quando nos surge uma impossibilidade, um cheque-mate da vida, daquelas coisas, que é mau ter cão ou por não ter, o que na verdade, é simplesmente a necessidade de decidir e aceitar a perda.