Lisboa

a nossa que de facto não é nossa, está aqui mas não é a Lisboa que conhecemos, onde vivem pessoas, como numa cidade normal, onde vivem pessoas: não passam apenas pessoas, vivem, ficam, passeiam, trabalham, usufruem. Não apenas que estejam de passagem. E amanhã já ninguém virá. Um dia. Um dia essa coisa do turismo termina e a vida regressará. Um dia. Não é só de turismo mas também disso que se vive.

música?

Porque ouvimos música clássica? Porque, do mesmo modo que no fim do filme “Os falsificadores“, ontem, como hoje e amanhã, queremos sentir-nos humanos.

Paralympics

https://www.theatlantic.com/photo/2022/03/scenes-2022-winter-paralympics/627020/

Mar

Mar

pena que estejamos a destruir isto que nos cobre os pés

à espera

à espera

tudo passa, mas sabe bem termos vivido isso

generosidade

O que mais me preocupa é a quase total falta de generosidade de um humano pelo outro, dividindo o que é seu.

E mais ainda a ausência de principios humanos que orientem o que fazemos e ainda mais o falharmos em seguir esses principios, não importa a pressão que sentimos em volta. E para isso é preciso muita coragem.

https://www.rtp.pt/play/p8226/e514677/os-subversivos

Quem sentarias?

Imagina que podes escolher duas pessoas para se sentarem aqui à conversa. Quem seriam?

Sério, seria eu e o Educardo Lourenço, queria ouvi-lo responder às minhas ansiedades. Mas para ele seria um aborrecimento conversar com uma mente tão limitada.

O melhor seria mesmo sentá-lo com o a Elvira Fortunato, e não é por uma questão de paridade de género. É porque são duas pessoas, daquelas a sério, e há muitas neste planeta Portugal, mas que nem liga, elas não precisam de aparecer, mas nós precisamos delas tanto tanto… por exemplo, para uma coisa simples, evitar os vinte mil milhões e a corrupção em que nos vamos afundando. E outras coisas claro.

doisBancosJardim

e vai assim a vida mais curta do que comprida

Tudo muda e as pessoas também e quanto a coerência, o ser humano está longe disso, qualquer um, eu tu ele nós vós eles, longe, muito longe.

Se se mantivesse a palavra já seria um grande avanço.

Basta olhar para o problema ambiental ou o dos refugiados. Somos todos ambientais mas consumimos papel, plástico e libertamos CO2 como cães irritados, e podemos passear pelo mediterrâneo sem nos preocuparmos com as mortes, aliás compramos um automóvel de 1 milhão de euros só porque sim, e os que não podem bem queriam.

Queremos ser ricos mas somos pobres de alma e portanto, de palavra. Muito pobres. E quanto à coerência nem se fala, anda meio a roubar outro meio, aliás, nem é correto, andam meia-dúzia a roubar o bairro inteiro.

Dito.

coração está lá

Disseste tu mas não pensei eu -”fiz a minha vida aqui mas o meu coração está lá”- nem pensei e não sabia, que se podia viver estando o coração morto. Mas é assim. Andamos todos assim. Ou somos todos assim. Ou é mesmo assim, gerações atrás de gerações. O coração bate e trabalhamos para comer e sobretudo para dar de comer. A vida passou, como passou por outros, um arzinho leve e suave como seda, e já nada é nada quando amolecemos, com o coração sem vida. E lá vem um momento, se chegas a casa ou se abraças outra vida, se ficas para falar de coisa nenhuma, com um valente sorriso por dentro, uma gargalhada por fora, e vives. Ou se vem um resto de tarde fresco, ou se te sentaste numa madrugada limpa, junto ao mar ou a ouvir a passarada. E vives. E se caminhas vives -“Ainda bem que vivo.” -Dizes tu mas não ouvi eu. É disto que falo quando falamos de vida. E se tu sabes eu também pensei e se tu não dizes eu também não. Escrevo para te dizer, estando sozinhos não estamos, somos todos do mesmo barco, e passamos todos por tudo ou quase tudo, desde a felicidade à ternura, da miséria à tristeza.

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