E sabes o que mais me preocupa pá…

Esperou que ele o olha-se, fizesse esse gesto, que confirma isso, estava ligado, ao que iria dizer, para que tivesse a certeza de que o ouvir-ia.

Sabes… é essa ausência de atribuir importância no conhecimento, no perceber, no entender, e mais do que isso, no ouvir quem sabe e estudou. Ao que vejo, cada uma justifica, argumenta o seu próprio saber, baseado em argumentos que se ajustam qo que querem ouvir, ao que agrada, ao que faz sentido, na sua própria bolha (ou mundo próprio, visão do mundo própria).

É isso que mais me assusta: vivemos na nossa própria prisão fechada com o cadeado que escolhemos atirando a chave para bem longe do alcance. Talvez alguém de fora seja capaz de segurar essa chave. Quando te der essa chave, talvez destranques o cadeado e abras essa grade. Para não falar na quase ausência de interesse por outro saber, tão saber como os outros, da cultura à arte. E isso ligasse, diretamente à ausência de tempo para ler palavras em papel, livros com história que alguém escreveu toda a vida. Faz-se tudo à pressa: “depressa e bem não há quem”, provérbio português (não tenho a certeza de que seja português: na minha família circulava com fervor).

E quando vimos e ouvimos os governos, por consequência as pessoas, não lhes entendemos o interesse no que de facto interessa, nesse conhecimento e no saber, no argumento e no contraditório. É como rasgar a rua em que vivemos, ao meio, deixando de confiar nos vizinhos. E isto está feito à muito.

https://gulbenkian.pt/noticias/eduardo-lourenco-2/: conhecimento

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