porque é que carregas esse fardo? De a todos teres que agradar, de tudo quereres salvar, de avaliares tudo pela tua impoluta maneira de ser, referência que todos deveriam seguir, tão cego que fico em silêncio, cegueira que se converte numa lamúria intensa, de chorar em contínuo as perdas, de regressar ao passado onde sabíamos como funcionavam as coisas, como as controlavamos, as coisas “como devem ser”, à tua imagem. Quando em breve nada disso tem importância, porque tudo muda, inevitavelmente, e no entretanto, passas o tempo a lamuriar ao invés de viver com os outros, trabalhar com eles o seu futuro e aceitar que nada pode ser do único modo que pensas. Nada.