O Gato


O Gato morreu hoje. Não é nem o meu gato, nem um gato, é o Gato. Espremesse o meu coração e sai uma alegria enorme quando penso nele. Mas a saudade que deixa, a companhia que fazia, a  falta que faz, torna este mundo muito mais triste. Uma delicia de animal, uma serenidade e uma sabedoria que nenhum de nós alcançará. Um animal acima de todos os animais, nem precisava de falar, sabia muito bem comunicar e sabia muito bem o que queria. Amo este gato, o gato, como um filho, um companheiro, um amigo. Protegi-o, tirei da minha boca para a dele, fiz sacrifícios para o bem estar dele, partilhei alegrias e tristezas com ele, seja quando estava zangado ou quando era a minha vez. Fazia parte da família. Acho que conversava mais com ele em silencio do que com os amigos numa festa, aprendia mais em silêncio do que a falar com os humanos, acalmava-me, bem podia vir zangado que o olhar dele me dizia, deixa lá isso, não tem importância nenhuma. Dá-me mas é colo! Obrigado Gato. Foi um prazer viver contigo.  Só escrevo isto porque não consigo conter esta tristeza. Tinha muitos nomes, diminutivos e aumentativos. Amanhã direi mais. Hoje vou chorar.

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