E se vais lendo o que se vai dizendo, acertas num sítio que não esperavas. Não há alguém que guarde um gesto sincero, humano, sobre o outro que não conhece e que nunca o viu mais gordo? E fica certo, mais certo ainda com a idade que vais carregando, que não há nada que faças que não seja estúpido, palerma ou “farias melhor outra coisa qualquer”. Isso. Mesmo isso, mesmo que a tua intenção seja a suprema e sincera, por mais bem intencionado que sejas ou estejas.
Vem sempre o ou a que diz “esse filho da puta quer é tacho, protagonismo ou está metido numa tramóia qualquer, enganando uns e outros, tem é mania, ou melhor seria ficar quieto, para que quer ele fazer isso?” E vai ficando mais apertado quando isso se esconde em todas as conversas que não ouves. E se fizeres delas suposição, pior para ti, arremessaste para um sofá de onde só sais quando o corpo dorido se mandar para a cama.
Neste e noutro tempo, a inveja é o agoiro, a má língua é tão antiga que suporta até o desprezo, o escárnio e o mal dizer. E tu também o fazes, quando fazes de outro.
Ai, ai, vem de tão longe que serve de suporte ao desprezo pelo outro, e se bem vindo pela política vai dar em merda da valente. Não é que o anti-outro não exista,, desapareça, ou se vá de vez. Vai daí, segues essa mesma conclusão, o ser humano dança conforme a música política do momento, aqui é um ali, e tu és o outro, o que torna difícil de julgar quem quer que seja. Melhor, melhor é ouvires o que dizes, fazeres o que dizes e responderes ao que perguntas, o resto são as vozes ruído que não fazem de ti nem homem nem mulher, antes te fazem um desumano carunchoso e bafiento.
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