É essa pressão de todos os dias, em todos nós, o sucesso, seja lá o que cada um entende que seja, ou porque quer ser rico, ou porque quer ser engenheiro ou porque prefere escrever, ou porque quer ser famoso.
A empresa quer ter sucesso. O saldo tem que ser positivo, nem que seja maquilhado. A dúvida é mesmo: alguma empresa, alguma vez teve saldo positivo? Acho que não. A falência deixa sempre uns com saldo positivo e os outros que foram roubados. Há uma fatura que vem depois. Portanto vão ficando uns ricos e os outros mais pobres. A lógica de um empresa não é a lógica da generosidade. É mesmo assim. Se não o fizerem terminam como empresa. E nos livros o mesmo, Que interessa a qualidade da escrita ou da reflexão que faz ou do que dá aos outros ou do autor, interessa que venda.
Para quem escreve, a fama é uma tragédia sempre no mesmo ato, dai os escritores, quando aparecem são já de tenra idade. Viajaram anónimos, reflectiram e podem dar agora, libertam a generosidade da sua escrita. Que importa que escrevam bem ou mal, interessa que deixem o que pensaram, libertem o que viram, o que concluiram. E quanto à honestidade, não te faz rico mas sossegado. Sais à rua sem medo. E sentaste numa esplanada sem reservas. Não há nada melhor que viajar anónimo.