estrada


Silêncio.

– “Uma estrada que trás e leva pessoas, disse-me uma senhora sabida, há bastante tempo atrás, com mais tempo disto do que eu, quando lhe perguntei se era bom ter a estrada. Ela respondeu que sim, mas… tem levado pessoas: a minha aldeia já não tem quase ninguém. Se nos dizem que as estradas são boas, é como tudo, tem bom e mau. E o bom para uns pode ser o mau para outros.

Bem certo que há mais. Há quem a pensou. Há quem a fez. Há quem a usa. E há quanto tempo está ali? Quem a fizera? Quem colocara cada uma daquelas pedras? Quem espalhara o alcatrão? Que mãos? Que histórias há para contar? De quem seriam essas mãos? Onde estariam agora? E depois de abandonar este lugar, por quantos anos irá existir? E depois de eu morrer, quantos anos existirá e quantos pessoas passarão por aqui? Que transformações sofrerá? Ninguém escreveu sobre isso. Mais uma história perdida.” – Os passos percorriam o alcatrão gasto e as pedras luzidias.

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