não estou a pensar em nada não quero pensar em nada não preciso de pensar em nada não sei pensar em nada não tenho nada em especial para dizer apesar de me ter passado uma vida por cima, por dentro, por fora, pelos lados não disse nada aos meus filhos nem aos netos e pouco mais disse à minha mulher o cérebro gelou aos dez quando me morreu o pai e um irmão desde ai pus as mãos no trabalho desde ai não disse nada a ninguém deixei-me estar deixem-me estar a minha opinião não conta para que vou dizer o que poderia dizer sento-me e fico é o mesmo que estar a palrar num café ou a ouvir um filho ou a contar histórias a dizer-lhe o que passei e como o fiz o que senti e como se resolveu o problema
a diferença é mesmo essa estar calado ou disponível para os outros ouvir e contar
eu quero ouvir os maiores faz bem ouvi-los têm disponibilidade para o fazer eu gosto essa é a diferença entre um pai e aquele que sendo pai, não contou o que passou antes de chegar aqui afinal, a diferença entre um filho seguro ou para sempre inseguro.
Da minha infancia era esta a imagem que eu escolheria…lembro-me de andar ás cavalitas do meu pai, lembro-me mais tarde de andar com a Xana e a Nini, mais tarde o Manelzinho e o ultimo que montou nos meus ombros foi o PP em Montargil, já la vão 8 anos…como o tempo voa.
esta é uma imagem muito negativa de pai. Contou-ma um homem de 90 anos… como essa marca fica.