fui-me ao mar e por ali fiquei, vazio, com o futuro vazio, sem saber se regressava, se ficava, ou que rumo tomaria a seguir. Que tempos vivemos, que secura de futuro, que falta de remédio, que fazer? Os outros que vão, que estão, à minha volta, vão ao mesmo. Procuram ouvir-se para sentir esse futuro abrir-se. Só que, esses futuros não são vividos em silêncio, nem sozinhos, mas com os outros. E se queremos futuro, é com os outros que precisamos de marulhar. Aqui sentados, à frente do mar, a sentir o vento e o aroma inconfudíveis, estamos a fazer outro algo: esperguiça-mo-nos para levar aos outros o que pensamos, ou para levar a mente vazia e enchê-la com os outros. Se nos fechamos, o futuro esvazia-se. Se nos mostramos, vamos descobrir um caminho.