de que serve imaginar morrer? Serve-me para me explicar o que penso sobre este pedaço de vida que sou.
Se vivo porque tenho consciência disso, terei consciência de que estarei morto? Não. Este cérebro de consciências não estará para isso. Nem interessa pensar como se irá morrer. Quereríamos que fosse rápido, sem tempo para tomar consciência, sem sofrer. Sobretudo isso. Sem sofrer. Não sabemos. Não temos meios para o efeito, para sabe-lo ao certo, nem nunca teremos. É o limite temporal à Ciência. Poderemos, quanto muito suspeitar, propor cenários possíveis, atribuir-lhe uma probabilidade. Olhe-se para o que se está a passar em todo o planeta, a cada um de nós humanos, selecciona quem morre e como. Categoriza as pessoas e encaixa-te numa dessas categorias. Observa como se morre nessa categoria, podes até atribuir uma probabilidade a cada uma das maneiras e uma poderá ser a tua. Encantado com a descoberta? Desiludido. Não é assim tão interessante perceber como se poderá morrer.
Voltemos à pergunta principal muito diferente daquelas por onde comecei: o que é o essencial? Ao que nos devemos dedicar/investir? Para já tenho apenas uma resposta: o investimento tem que ser em cada um com o objectivo de produzir algo que se possa vender fora. O que é perene é a educação, a cultura, a agricultura, a habitação, o mar, a ecologia, o turismo, em suma, a produção e não o consumo. Invista-se nisso, o resto é conversa.