Tenho uma ideia


Talvez que não seja a melhor ideia. Até pode ser que outros já a tenham tido. De qualquer modo, neste instante, neste “meu” espaço, esta é a minha ideia. É isso mesmo, pensarás, é isso mesmo, a crise, essa insolúvel-sempre-presente na vida de quem é, foi ou será humano: de quem visite este tempo-espaço (fica sempre bem um pouco de ciência pelo meio, com um cheirinho a matemática geográfica, assim até parece que estamos orientados). Bom, mas a ideia é arrojada, fundada nos arautos da história, e virada para onde crescemos e marcámos pontos. Sim, sim , sim, já deves imaginar a minha ideia. Escusas de abanar a cabeça querendo dizer que não. Tenho a certeza que já a identificastes. Por isso, ao contá-la estou a dizer-te, a confirmar aquilo que já escorre cérebro adentro.

Pois, a ideia é colocar uma mastro neste rectângulo imperfeito, ajudado pelo Saramago, que escolheu a Península Ibérica para nós, mas a quem dou, nesta ideia, apenas este rectângulo. Isso até poderíamos discutir, numas conversações bilaterais – agora é moda -, e traríamos também  os “nuestros” – eternos – “Hermanos”. Isto, dito em bom portinhol. Dizia eu, um mastro. Claro que sim, teríamos que ir ali às engenharias navais – não sei se ainda se formam engenheiros nesses saberes? Haverá um ou outro, mas se não, haveremos de usar o desenrasçanço português. Depois, determinar, com exactidão científica – mais uma vez, a Ciência como argumento fiável, portanto só pode ser uma ideia fiável – os pontos todos. Aqueles, os importantes: os centros de pressão, e de massa, a dimensão do aparelho, o tipo de velas, a forma do casco, o tamanho do patilhão… Aquilo que toda a gente sabe, e eu incluído mas que agora não interessa aprofundar, não vá descobrirem que disso não percebo niet!

O dia da partida teria de ser bem pensado, ou queremos ir para norte, ou para Sul, e por isso é no Verão que os ventos nos empurram a Sul, enquanto que o Norte fica reservado para o Inverno. Obviamente que há o Oeste… mas por ai é terra da boa, é o verde de quem fala com o sussuro do vento na voz, não queremos destruir o que já é pouco. A Norte fica a robustez e a racionalidade, a ponderação, ao Sul o calor, a dança e o momento: amanhã só importa quando for hoje. Por isso, seguir a Sul é boa ideia. Aliás o Alberto João ia gostar, aumentava para mil vezes mais o seu offshore.

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