Sempre pensei que o bem e o mal seriam conceitos transversais a todos os humanos, ou seja, que todos sem excepção identificariam o bem e mal do mesmo modo. Contudo, esta abordagem é grosseira. Na verdade, os humanos são ao mesmo tempo muito parecidos e muito diferentes. Para todos, sem excepção (excepção para quem esteja envolvido em actividade política), a alegria, o bem estar, a felicidade, a família, a generosidade, os amigos, o receber bem e a tolerância são identificados com o bem. Por outro lado, temos a nossa cultura, cada um tem a sua cultura. E cultura entendo como as crenças, a religião, o modo de fazer, os ideias, a visão do mundo. E aqui somos muito diferentes, embora partilhemos de alguns conceitos, existem pequenas nuances que fazem divergir muito. É aqui que a política entra em acção. É aqui que as negociações nunca se podem abandonar. Procurar que as razões da cultura não nos larguem o diálogo com os outros. Todos temos razões e emoções que são mudas para os outros.