O que leva um grupo de humanos a preparar uma máquina de matar outro grupo de humanos?


É talvez a questão. A minha é de certeza. E a de muitos outros. E parece-me que sem resposta, por enquanto. Vai-se lendo quem viveu esses infernos. Vai-se lendo quem estuda esses infernos. Mas ainda não percebi como se instala. É talvez isso que preocupa. Saber o que fazer para evitar. A verdade é que não me apercebo se já monta ferros para armar a barraca no nosso tempo e aqui perto.

Tenho a certeza que isso é possível. Que em cada um de nós existe potencial para se mobilizar, seja a favor como contra uma situação totalitária. Sabemos  que esses infernos se repetem no espaço e no tempo, mas acreditamos que não são inevitáveis.

Depende de nós, de como nos informamos sobre o assunto, de como gerimos a política. Se damos voz a todo o rancor e raiva. Se existem na sociedade válvulas de escape que façam soltar a fúria de modo controlado.

Para evitar que arrombem a porta, porque sabemos que não tem a gentileza de bater primeiro. Chegam durante a noite com o papel cravado na mão, apontado aos teus olhos esbugalhados e surpresos: “estás preso!”. Se a sorte te aprouver, irás de carro, cruzando as ruas salpicadas de luz.

E depois de entrares na sala, as perguntas são de rompante. O que quer que respondas não serve, a não ser que saibas as respostas. Mesmo que os entendas, mesmo que os compreendas [eles são humanos e sobrevivem] serás tu que não voltas.

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