Vens com a morte a dançar-te nos olhos. Sobes as escadas como um condenado, à procura de uma corda que te liberte desse poço pintado de negro. Até o sorriso é esforçado. Que sabes da vida, se achas que a tua é a de um enviado para o desterro? Sei que é do sofrimento que foges, daquele que se pega sem que se veja como o largar, sem que se o possa lavar. O sofrimento é como a vida, existe! Terás de lidar com ele inúmeras e continuadas vezes. E se desta vez sofres é porque vivo estás. Alegra-te por isso, do sofrimento não te livras. Quanto ao sofrimento, é só possível guardá-lo no sítio, saber onde é esse sítio, e de vez em quando, visitá-lo, não vá acontecer, esquecer-nos do que nos fez (e faz) sofrer e repetir esse feito no futuro.