
…uma viagem. Mesmo que não seja uma viagem por ai, entre recantos, por entre caminhos, seguindo setas sugestivas ou indicações de outros. Mesmo que seja, uma viagem interior pelo lugar-psicológico-neurológico, que temos sido ou que somos.
E tem algo mais. Parece-me que cada leitor é um escritor também. Por duas razões, primeiro porque quem lê interpreta segundo a sua perspectiva. Segundo, ao revelar essa interpretação ao escritor inicial, influencia-o na escrita que produz.
A perspectiva do leitor depende da experiência que transporta, dos seus conhecimentos e da fase de vida que atravessa. Reler um livro é re-interpretá-lo.
O feedback do leitor ao escritor inicial imprime uma aprendizagem neste: isso é inevitável.
Adicionando a isto, o próprio percurso do escritor, como pessoa e pensante, tornam a busca de uma estrutura organizada, concisa, coerente, útil e eficaz algo de complexo: significa isso, que de um momento para o outro estamos ai, onde a escrita faz sentido para quem escreve e para quem lê.